sábado, 14 de agosto de 2010

PODER ESPIRITUAL X CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL


Muitas vezes nos perguntamos, por que decidi seguir este caminho?

Embora saibamos que esse é o nosso propósito, sempre acabamos por nos questionar, e diante desses questionamentos, me pego a observar a mim e aos demais que como eu decidiram trilhar esse caminho de retorno a Deus.

Caminho esse, que parece em muitas vezes, se personalizar de provas até maiores do que aquelas encontradas por aqueles que escolheram se apegar aos egos e aos seus medos.

A razão desta percepção se assenta nas experiências por mim desenvolvidas e da própria observação de que procuro desenvolver como enriquecimento que absorvo das experiências do outro.

Os Buscadores da Luz, possuem um ego muito mais sutil do que aqueles que se dispersam pelas buscas materiais. Esses vêem no possuir a razão de suas vidas movendo suas experiências pautadas pela concorrência, inveja, baixa estima, necessidade de aceitação e um medo latente mas muitíssimo bem disfarçado, de fracassar em suas rotinas e objetivos materiais, e aí incluo os medos da rejeição e da necessidade imperiosa de se sentir parte de algo que promova o reconhecimento por parte dos demais.

Não me ocuparei neste texto dessas pessoas movidas pelo material, mas sim, por aquelas que como eu buscam o caminho espiritual.
Para nós o ego não se apresenta de forma escrachada, mas sim de maneira muito acanhada sem no entanto deixar de expressar seu poder envolvente, apenas manifesta-se como Lobo em pele de Cordeiro.

Tenho observado como já mencionei, que a humildade em muitos de nós não é uma manifestação comum, mas acaba se tornando um predicado que passa a ser reconhecido quando identificado. Muitos de nós, acaba por perder o contato com sua divindade exatamente por confundir “poder espiritual” com “consciência espiritual”. Vamos procurar entender o que acontece nessas situações.

O poder espiritual não implica em possuir consciência espiritual, o poder advém do trabalho no meio espiritual que apresenta várias facetas e matizes que nem sempre representam harmonia e amor, expressam sim, o domínio sobre o conhecimento das energias espirituais e como utilizá-las na busca de alcançar determinada meta. O acúmulo desse poder não se conquista em uma única vivência encarnatória, ele vem sendo edificado nas diversas encarnações a que o espírito se propõem desenvolver nas oportunidades que recebe em ocupar um corpo físico, seja em nosso mundo ou em outra parte do universo.

O poder espiritual, embora não signifique necessariamente que tenha que expressar-se pela energia negativa de qualificação, quando o espírito se direciona para alcançá-lo se defronta com seu maior “aliado”, o ego. Nesse ponto colocamo-nos em uma linha muito tênue e frágil que expõem o buscador diante de si mesmo, produzindo em seu interior uma luta entre o “Amor pelo Poder”ou o “Poder do Amor”. Todas as diferenças começam nesse ponto a se estabelecerem, pois o Amor pelo Poder invariavelmente acaba por aprisionar o buscador dentro de uma rede de orgulho e prepotência que o conduz a manifestar-se com extrema habilidade de manipular ao outro em prol do sucesso de seus egos.

Disfarçadamente no primeiro momento, sem perceber os elementos de aprisionamento do ego, o buscador se lança no desenvolver de suas habilidades em prol de serviços prestados a outrém ou a si mesmo de maneira natural e expontânea e começa a sentir prazer nos resultados alcançados, que como troféus passam a se acumular em forma de orgulho e de reconhecimento de sua maior capacidade diante daqueles que o cercam.

Quando esse primeiro momento se estabeleceu definitivamente, onde o buscador assentado e conduzido pelo ego se afirma, começa o segundo e derradeiro momento de afastamento da conduta a que se propunha como buscador da luz. Aqui a consciência egóica dirige e manipula a manifestação da personalidade, de maneira que os atos e pensar serão tomados pelo buscador como de natureza sua, portanto, assentados a partir de seu intelecto e o mesmo se moverá de maneira automática, sempre buscando satisfazer seus prazeres e necessidades de satisfação pessoal, sem perceber o cárcere por ele construído no qual se transformou mais em vítima do que algoz.

Já quando o buscador da Luz move-se através da Consciência Espiritual, a energia que o impulsiona esta assentada no Amor como forma de manifestação. Suas atitudes e construções mentais são edificadas sempre a partir do dicernimento e amor pela obra do criador. Sempre haverá de perceber no outro uma extensão de si mesmo, acreditando que as experiências que não lograrem êxito são reconhecidas como lições a serem reaprendidas e não observadas como fracasso. Desta forma a personalidade não se sente depreciada diante de si e da coletividade que o cerca.

Ao movermo-nos pela consciência temos como virtude inerente a própria, o poder espiritual, resultante exatamente do aprendizado que as experiências consideradas por aqueles que se movem pelo Poder Espiritual observam como “fracasso”.

A Consciência espiritual provém do espírito e acerca-se da energia que movimenta o universo que é o Amor.

Aqueles que produziram suas ecolhas nessa forma de manifestação e mantéem-se fieis a ela, alcançam um Poder Espiritual que não se esvazia como aquele desenvolvido a partir dos Egos.

A razão deste texto se exprime pela necessidade de um policiamento contínuo e rigoroso que devemos desenvolver se nossa escolha direcionar-se a atuar a partir do Amor.

Vejo no meio espiritual muitas pessoas com grande conhecimmento, mas também as percebo movendo-se unicamente pela manifestação egóica de sua personalidade.

O maior buscador da Luz e aquele que melhor soube expressá-la, sempre moveu-se pela humildade, embora possuidor de um Poder Espiritual nunca manifestado por qualquer consciência humana até nossos dias. Este homem sempre pregou a Humildade e o Amor como únicas formas de manifestação que provém do PAI.

Jesus dizia: “ORAI E VIGIAI”.

Orar, certamente não se resumia a juntarmos nossas mãos em prece, mas sim, buscarmos edificar nossa consciência como tributo ao amor que Deus Pai-Mãe nos concede, e mantermo-nos em vigília de nossos pensamentos, sentimentos, emoções, atitudes e verbos proferidos.

Questione-se sobre si mesmo, aperceba-se de sua conduta, coloque-se diante de seu Deus interno e deixe ecoar as palavras de Jesus.

Namastê.
Claudio Velasco

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